quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Matriz BCG


Meu grande colega de faculdade Gustavo Moraes fez um texto explicando direitinho, passo-a-passo, a construção, utilização e interpretação da Matriz BCG, baseado em uma aula dada pelo professor Vitor Pires.Vou publicar aqui este texto pois pode ajudar muitas pessoas na utilização desta ferramenta.

A Matriz Boston Consulting Group (BGC)
            A matriz BCG é uma ferramenta de análise e suporte às decisões no que se refere à gestão de investimentos em unidades estratégicas de negócio. Essa ferramenta pode ajudar na visualização de respostas para questões como:
- Em quais negócios investir?
- Quais são mais promissores?
- Que negócios demandam mais caixa?
- Quais opções de negócios geram mais caixa?
            A ferramenta baseia-se em duas dimensões de análise:
·      Taxa de crescimento do mercado;
·      Participação relativa de mercado.
Abaixo listaremos algumas informações importantes para exemplificar a elaboração de uma matriz BCG.
O quadro a seguir apresenta unidades de negócio de uma empresa hipotética bastante diversificada:

Unidade de negócio
Taxa de crescimento do mercado

Participação no mercado
Participação de mercado do concorrente

Faturamento em milhões
Biscoitos
8%
10%
15%
80
Massas
5%
30%
15%
200
Pregos
2%
20%
5%
60
Sucos
13%
12%
36%
100
Perfumes
18%
15%
12%
150
Papelaria
7%
5%
20%
50


Como poderíamos posicionar as unidades de negócio em uma matriz BCG?
Primeiro devemos calcular as participações relativas de mercado:
Biscoitos: 0,10/0,15 = 0,66
Massas: 0,30/0,15 = 2,0
Pregos: 0,20/0,05 = 4,0
Sucos: 0,12/0,36= 0,33
Perfumes: 0,15/0,12= 1,25
Papelaria: 0,05/0,20= 0,25
Com isso, construímos a Matriz BCG, levando em consideração as duas dimensões propostas.



            Como podemos ver, utilizamos a comparação entre a taxa de crescimento do mercado e a participação relativa nele. No eixo X, quanto mais à esquerda maior a participação. No eixo y, quanto mais alto, maior a taxa de crescimento do mercado em questão. O valor representado ao meio do eixo X (1x) serve como referência, assim como o posicionado no meio do eixo Y (10%). Utiliza-se 10% como padrão de mercado, se a ferramenta for usada para mercados específicos, esse valor deve ser revisto de acordo com as devidas características.  
            É interessante fazer a análise antes de pensar em o que seria abacaxi, interrogação, estrela e vaca leiteira. Analisar a BCG com base nos desenhos acaba engessando a ferramenta. Um produto com pouca participação relativa de mercado, posicionado em um mercado com baixo crescimento é um produto ruim, certo? Nem sempre.
            Como exemplo podemos citar a cerveja Itaipava, que tem pouca participação e o mercado não cresce muito, é maduro, estável. No entanto devemos lembrar que falamos de um mercado de 55 bilhões de reais, logo, uma participação relativa pequena ainda pode gerar muito dinheiro e financiar investimentos em outros produtos.

Normalmente, esta análise básica levando em consideração apenas o nome dos quadrantes é pouco aprofundada, se tornando muito leviana se não interpretarmos mais a fundo. De qualquer maneira, é bom ter em mente as figuras:

  • 1º Quadrante - Interrogação: Não se sabe para onde o produto vai. Se tornará uma estrela ou um abacaxi? É normalmente o quadrante ao qual se instalam os novos produtos dentro do mercado.
  • 2º Quadrante - Abacaxi: São os produtos não líderes que já estão presentes dentro de um mercado saturado. A perspectiva de crescimento é mais distante, mas aos poucos, s investido de forma correta, pode se tornar uma fonte interessante de receita para investir em outras áreas.
  • 3º Quadrante - Vaca Leiteira: São os produtos que já são líderes de mercado e se encontram em um mercado saturado. Ou seja, continuam rendendo lucros para a empresa, tendo o maior market-share da categoria. O grande lance aqui é tentar puxar o produto para a esquerda cada vez mais.
  • 4º Quadrante - Estrela: Estes produtos ou unidades de negócios são líderes da categoria de um mercado em ascensão. Cade a empresa investir para torná-lo cada vez mais distante dos seus concorrentes para que, quando o mercado s sature, ele se torne uma vaca leiteira.
Forte abraço.





             

Um comentário:

  1. Legal mesmo.

    Minha única sugestão, seria o de utilizar uma taxa de crescimento do total dos mercados (somando o total das vendas de todos os mercados e comparando com o total das vendas desses mercado num ano anterior), ao invés dos 10%, que podem se tornar um pouco desfasados em períodos de menor crescimento econômico.

    ResponderExcluir